Discernimento:
Um ato de amor e cuidado para com a nossa vida
“A
vida é um contínuo caminho de despertar vocacional, um caminho de descobrir-se
e achar-se em Cristo, que nos ama e nos chama”
O
Papa Francisco dedicou um ciclo de catequeses para aprofundar o tema do
discernimento, apontando dimensões e elementos essenciais para um profundo e
autêntico discernimento. Neste itinerário que se segue, propomos apresentar um
caminho para o discernimento, conforme as catequeses do Papa Francisco: “Discernir
é um ato importante que diz respeito a todos, pois as escolhas são parte
essencial da vida, pois nelas se concretiza o nosso projeto de vida e a nossa
relação com Deus”.
Ao longo de nossa vida, salta a necessidade de
tomar decisões, fazer escolhas, para isto é necessário saber discernir para
compreender os desejos, realidades e experiencias que nos rodeiam. Em nossa
vida, nas “situações inesperadas, não programadas, onde é fundamental
reconhecer a importância e urgência de uma decisão a tomar”. Deus convida-nos a
avaliar nossos afetos, desejos, aspirações e as realidades que nos cercam e “convida-nos
a avaliar e a escolher: Criou-nos livres e quer que exerçamos a nossa liberdade.
Por isso, discernir é difícil e árduo, mas indispensável para viver”, pois
podemos facilmente “escolher algo que nos parecia bom e, no entanto, não o era.
Ou saber qual era o nosso verdadeiro bem e deixar de o escolher”, sendo assim,
devemos discernir continuamente os caminhos a tomar em nossa vida.
Quando
nos pomos em um caminho de discernimento, podemos nos deparar com realidades e
sentimentos espinhosos, porém salta aos nossos olhos e ao nosso coração aquela
alegria que os magos sentiram ao encontrar o Menino Jesus na Manjedoura após
longo caminho e a alegria das mulheres ao anuncio da ressureição feito pelo
anjo. “É a alegria de quem encontrou o Senhor! Tomar uma boa decisão, uma
decisão certa, leva-te sempre àquela alegria final; talvez ao longo do caminho tenhamos
que sofrer um pouco de incerteza, pensar, procurar, mas no final a decisão
certa beneficia-te com a alegria”.
Neste
caminho árduo de discernimento, é necessário cultivar uma relação filial com
Deus Pai que nunca nos deixa nos abandona, mas que vem ano nosso encontro,
encoraja-nos a caminhar e nos acolhe, e em uma relação livre com Ele,
realizamos a experiencia do amor que refaz história, onde o caminho é iluminado
e seguiremos confiantes realizando a vontade de Deus, para isso é necessário a
abertura do nosso coração pera Deus Pai que se revela e se manifesta em nossa
vida.
Fonte: Papa Francisco, Audiência Geral, Sala Paulo VI:
Catequeses sobre o discernimento 1. Oque significa discernir?
Quarta-feira,
31 de agosto de 2022.
Os
elementos do discernimento: A familiaridade com o Senhor
O
Papa Francisco posiciona como elemento primário do discernimento a oração, a
exemplo dos Santos que através da oração, alimentavam a amizade com Deus e, pouco
a pouco, tornavam-se capazes de distinguir o mais importante em suas vidas, na
oração cultivavam uma familiaridade e uma amizade afetuosa com o Senhor, a
ponto de dialogar com Ele como quem dialoga com um amigo. A oração é este caminho de “saber ir além dos
pensamentos, entrar em intimidade com o Senhor, com uma espontaneidade
afetuosa. O segredo da vida dos santos é a familiaridade e a confidência com Deus,
que cresce neles e torna cada vez mais fácil reconhecer o que Lhe agrada. A
oração verdadeira é familiaridade e confidência com Deus”.
Observemos
a realidade e a decisão do jovem rico, (Mt 19, 17) “no Evangelho, ele tomou a
iniciativa de ir encontrar-se com Jesus, mas não aceita o convite para O seguir
porque, preso às riquezas que tinha, não as quis deixar. E retirou-se “triste”.
Discernir não é fácil, porque as aparências enganam, mas a familiaridade com
Deus pode dissolver suavemente dúvidas e receios e tornar-nos cada vez mais
capazes de reconhecer aquilo que conta, que mais importa em nossa vida”.
Nos
diz o Santo Padre: “Estar em oração não significa pronunciar palavras,
palavras, não; estar em oração significa abrir o coração a Jesus, aproximar-se
de Jesus, deixar que Jesus entre no meu coração e nos faça sentir a sua
presença. E nisto podemos discernir quando é Jesus e quando somos nós com os
nossos pensamentos, muitas vezes distantes daquilo que Jesus quer”. Somos assim
convidados a cultivar uma intimidade com o Senhor em um caminho de
familiaridade com Deus com um coração aberto a escutar a voz de Deus que ressoa
no íntimo do nosso ser.
Fonte: Papa Francisco, Audiência Geral, Praça São
Pedro:
Catequeses sobre o discernimento 3. Os elementos do discernimento. A
familiaridade com o Senhor.
Quarta-feira,
28 de setembro de 2022
Sem. Mário Eduardo Vidal