Os elementos do discernimento: O livro da própria vida
No
caminho em conhecer os elementos do discernimento, tocamos agora a nossa
história pessoal de vida, conhece-la é essencial para o discernimento. Nossa vida é um livro que nos foi confiado,
nela encontramos Cristo que habita em nós, de modo que olhar para a própria
história de vida é encontrar-se com Jesus que nos chama a viver plenamente em
sua graça. É o convite para entrar em ti mesmo e reler a história nos seus
mínimos detalhes, lá encontrarás Jesus a dizer: Coragem! Eu sempre estive aqui.
Em
nossa vida somos acometidos por diversos momentos que nos afastam do caminho,
experiencias que nos coroem e nos deixam deprimidos, mas estas dores não devem
ser um empecilho para olhar para a nossa vida, ao tocar nossa história de vida
tocamos aquilo que nos entristeceu e que nos alegrou e assim vamos pouco a
pouco conhecendo os espíritos que agitam em nós. É necessário observas estes
detalhes, olhando a vida com toda a sua integralidade, para ressignificar tudo
isto e tornar a vida mais rica e cheia de sentido e assim compreender como Deus
age em nossa vida. Ao ler a nossa vida tocamos também aspectos que não são
positivos e também as maravilhas e realizações que Deus permite em nossa vida.
É
necessário parar e reler a própria vida, e se questionar sobre os sentimentos
que me acometem, se questionar sobre os caminhos que percorro, pois no percurso
do discernimento colhemos aquelas preciosas perolas tão valiosas em nossa vida
que o Senhor semeou no campo da vida e que nos conduz a ver e perceber que a
minha vida é cheia de sentido se a vivo unido à Cristo.
Mas
não relemos a própria vida de forma superficial, mas sim aprofundamos,
escavamos e vamos em busca da nossa motivação primeira de viver: Jesus Cristo,
olhar para a apropria vida é o caminho da criatura que vai em busca do criador
e quer encontra-lo na própria história de vida. Portanto, habituar-se a reler a
própria vida nos permite perceber a ação de Deus em nossa vida e a reconhecer
os caminhos que percorri e assim podemos caminhar sempre em frente sem repetir
o caminho que no passado já percorremos.
Nos
diz o Papa Francisco que o conhecimento e leitura da vida dos santos nos ajudam
e orientam a olhar para a nossa própria vida, e reconhecer movimento de Deus em
minha história, a encontrar sentido e a reconhecer as oportunidades.
Fonte: Papa Francisco, Audiência Geral, Praça São
Pedro:
Catequeses sobre o discernimento 6. Os elementos do discernimento. O
livro da própria vida
Quarta-feira,
19 de outubro de 2022
A
confirmação da boa escolha
No
percurso do discernimento é necessário estar atento as fases que seguem a
tomada de decisão, observar os sinais para sabermos se a decisão tomada é
verdadeiramente o caminho a seguir. No percurso de discernir, observando os
sentimentos, e em oração tomamos a decisão e devemos estar atentos ao que se
segue, “pois na vida há decisões que não são boas e existem sinais que as desmentem,
enquanto as boas as confirmam”. Quando tomamos uma decisão e o sentimento de
paz, harmonia toma a nossa vida, significa que o discernimento foi bom. Caso os
sinais sejam de desmentira daquilo que decidimos, é necessário que estejamos
livres nesta decisão para renuncia-la e adentrar com maior intensidade no
caminho do discernimento e buscando conhecer a lição que o Senhor nos ensinou
com a decisão tomada, pois apenas Deus sabe o que é bom para cada um de nós, e
no convida a viver na liberdade e na gratuidade de sua graça, por isto
ofereçamos a Ele tudo que temos e somos.
O
caminho em tomar uma boa decisão, deve ser trilhado em uma intimidade com
Cristo em saber que esta decisão é um sinal da generosidade do Senhor e não um
sentimento do momento ou impulso ou até mesmo o medo, mas na liberdade de filho
de Deus tomar a decisão unido à Cristo, que me conduzirá a viver com amor e
liberdade a relação com o Senhor e tocar cada vez mais o sentido da minha vida.
Reconhecer
tudo isso e adentrar aos termos de Deus de onde procede a sabedoria, é
essencial para nossa vida e tomada de decisão assertiva, e nos tranquiliza
sobre tudo aquilo que não temos domínio: saúde, o futuro, os projetos... O que cabe
a nós é depositar toda a nossa confiança em Cristo e tomar decisões com o
coração no espirito de oração e intimidade com o Senhor, e assim progredindo,
ainda que lentamente, mas progredindo.
Fonte: Papa Francisco, Audiência Geral, Sala
Paulo VI:
Catequeses sobre o
discernimento 11. A confirmação da boa escolha
Quarta-feira, 7 de dezembro de 2022
Vigilância:
olhar o coração e proteger a porta da nossa história
Diante
de todo o caminho percorrido, e das decisões tomadas, as quais nos conduz à paz
e a liberdade nestas decisões e ao sentido da vida, é necessário o ato de
vigiar, estar atento para não perder tudo o que aprofundamos em nossa vida, e
manter as nossas decisões cultivando a serenidade e a intimidade com o Senhor.
No
Evangelho temos como o bom discípulo aquele que está vigilante, que não adormece
na segurança excessiva de si mesmo, “estou seguro de mim mesmo, cuidado! Esta é
a porta aberta para o maligno agir e destruir tudo o que construímos com o
caminho do discernimento”, assim após longo caminho vem o estraga-prazer e quer
nos destruir, mas com ato de humildade vigiamos para não perder de vista o
decurso de sua história e não deixar se perder o caminho que trilhamos.
Vigiar
é antes a atitude de salvaguardar o nosso coração, estar atentos aos sinais dos
tempos, e às ciladas do inimigo que ronda a nossa vida para nos destruir, é
preciso portanto, em atitude de constante vigilância observar sobre as decisões
tomadas para que estas produzam frutos em nosso coração.
O
chamado à vigilância é o chamado a proteger as portas do nosso coração e de
toda a nossa vida, para que não venha a se perder o que o Senhor nos
proporcionou.
Assim
nos diz o Papa Francisco: “Devemos permanecer vigilantes, velar sobre o
coração. Se hoje eu perguntasse a cada um de nós, e também a mim mesmo: ‘O que
acontece no teu coração?’. Talvez não saibamos dizer tudo: diremos uma ou duas
coisas, mas não tudo. Velar sobre o coração, pois a vigilância é sinal de
sabedoria, é sobretudo sinal de humildade, pois temos medo de cair, e a
humildade é a via mestra da vida cristã”.
Fonte:
Papa Francisco, Audiência Geral, Sala Paulo VI:
Catequeses
sobre o discernimento 12. A vigilância
Quarta-feira, 14 de dezembro de 2022
Sem. Mario Eduardo Vidal